terça-feira, julho 03, 2007

Estacionamento, Cadeados e Prevenção de Roubo

Existem actualmente alguns locais dedicados para o estacionamento de bicicletas em Lisboa mas, na verdade, são muito poucos. Além da pouca quantidade de parques próprios, alguns deles não são os mais seguros dada a sua forma não permitir prender mais do que uma roda da bicicleta, e o resultado pode ser este...
fonte: http://www.fpcub.pt/

Felizmente a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) recomenda parques de estacionamento com tipologia em U invertido, o que permite prender ambas as rodas e o quadro da bicicleta. A maior parte dos parques públicos existentes na cidade são deste tipo embora existam muitos outros, talvez em maior número, que seguem a tipologia da foto acima e podemos encontrá-los junto de edifícios públicos (sobretudo nas Universidades) e edifícios privados.
Estação de Metro - Entrecampos

Faculdade de Letras - Cidade Universitária

Uma vez que não há muitos parques de estacionamento é necessário pensar em alternativas. A bicicleta é um veículo que ocupa pouco espaço e como tal é fácil estacioná-la "à porta" de qualquer local - o chamado estacionamento porta-a-porta, que é sem dúvida uma das vantagens da bicicleta e permite-nos chegar mais rápido ao destino. Estacionar à entrada do local de trabalho, do supermercado, do restaurante ou do bar tem também a vantagem de nos permitir ver mais facilmente e com frequência se alguém está a tentar ou planeia roubar a bicicleta.

Os locais mais usados para prender bicicletas em Lisboa são os postes de sinalização vertical, candeeiros de rua, semáforos, gradeamentos e as barreiras junto aos passeios. Estes suportes existem por toda a parte e são relativamente seguros, embora no caso dos postes de sinalização vertical seja conveniente testar a sua firmeza (muitos têm a base solta e podem ser deitados abaixo facilmente). O importante é garantir que todas as partes da bicicleta estão devidamente protegidas - rodas, quadro e selim.
Poste sinalização vertical

Barreira junto ao passeio

Cadeados
Há poucas certezas universais, mas uma delas é esta: nenhum cadeado é 100% seguro. Quando compramos um cadeado novo devemos ter em conta vários factores: o peso extra que estamos dispostos a carregar, a qualidade da bicicleta, os locais onde a estacionamos habitualmente e o tempo que permanecerá em cada sítio. O preço a pagar pelo cadeado deve ser pensado em função destas variáveis.

Os cadeados mais comuns à venda em Portugal podem ser divididos em dois tipos: os de corrente ou cabo de aço e os rígidos, normalmente uma barra de ferro em forma de U. É claro que estes últimos são mais seguros mas também mais pesados e caros.
Contudo, antes de optarmos por um destes tipos de cadeado devemos ter em conta outro factor: muitos dos roubos de bicicleta acontecem forçando o canhão da fechadura, e não cortando a corrente ou cabo. É importante testar a resistência do canhão e ver qual o tipo de chave que usa:
Canhão de chave normal - em geral são menos resistentes

Canhão de chave tubular - é mais difícil forçá-los através da fechadura

Prevenção de Roubo
Uma vez que os cadeados nunca são 100% seguros, o melhor que podemos fazer é reduzir as probabilidades de roubo. Ter um bom cadeado ajuda a preveni-lo. Ter dois cadeados também, se usados em articulação para prender as rodas, o quadro e o selim. Se substituirmos os fechos rápidos das rodas e do selim, com que muitas bicicletas vêm de origem, por apertos normais de parafuso ou por um sistema de chave própria, a bicicleta torna-se menos tentadora e inclusive poderemos abdicar de prender essas partes com o cadeado.

O importante é tornar a bicicleta visivelmente pouco tentadora. O último modelo de uma boa marca exigirá sempre maior aparato de segurança que uma bicicleta vulgar e já com alguma ferrugem...
Estacionar a bicicleta em ruas movimentadas é outra forma de reduzir o risco. Se houver muitos peões no passeio será mais difícil ao assaltante não ser visto.

Por fim, há que ter em consideração que quanto mais bicicletas existirem, maior a probabilidade de haver roubos, como está provado noutras cidades. Por outro lado, quando há várias bicicletas estacionadas num mesmo local, uma das formas de prevenção de roubo passa a ser o termo de comparação - basta que a nossa bicicleta esteja mais protegida do que as que estão à sua volta para reduzir substancialmente o risco de ser roubada.

12 comentários:

Anónimo disse...

Este é um dos pontos menos positivos do uso da bicicleta... já tive várias bicicletas e algumas delas foram roubadas. já aconteceu ao meu irmão o que se mostra na primeira foto, e por acaso foi mesmo em frente a um centro comercial movimentado...

João Taborda disse...

Duas sugestões:
- quando estacionar em "Barreira junto ao passeio" prender do lado de fora do passeio, se possível, para não perturbar peões.
- sempre que possível em vez de prender as peças mais pequenas e passiveis de serem roubadas, tira-las e guarda-las (num cacifo, numa mochila ou mesmo pedir no local onde nos dirigimos para as guardar), uma bicicleta sem selim chama bastante menos a atenção de possíveis assaltos.

PS: coloquei o link para este blog no site da massa critica do porto ;), parabéns pelos conteúdos.

Anónimo disse...

Uma coisa curiosa que reparei quando estive pela Holanda é que há muita gente prende as bicicletas com mais que um cadeado de tipologias ou tipos de fechadura diferentes

João Paulo Esperança disse...

Eu prendo minha "pasteleira" com dois cadeados: um chunga vermelho comprado numa loja dos chineses (que quase abre sozinho) e um que está integrado na própria bicicleta. Hei-de postar uma fotografia com mais pormenor...

João Paulo Esperança disse...

Eu prendo minha "pasteleira" com dois cadeados: um chunga vermelho comprado numa loja dos chineses (que quase abre sozinho) e um que está integrado na própria bicicleta. Hei-de postar uma fotografia com mais pormenor...

Anónimo disse...

eu costumo deixa la presa a um poste perto da estação metro da ameixoeira mas ontem estava cheia de marcas de pedradas e o fim de aço do cadeado todo torcido para além de um pedal ter ficado em tão mau estado que tive de regressar a pé para casa, e é uma zona bem visivel...a vergonha é pouca e as pessoas mesmo que vejam ( no meu caso deve ter visto porque só o barulho que deve ter feito as pedras da calçada a atingir a bike,..)têm medo de intervir como é natural..

kelly disse...

estreei-me hoje finalmente no "Lisboa a pedal"! Fiz Penha de França, Martim Moniz, Baixa e fiquei escandalizada (fechei há bocado a boca para jantar!) com a ausência de estacionamento para bicicleta. incrédula, interpelei 4 agentes da PSP pelos quais passei e perguntei-lhes onde é que poderia estacionar a bicicleta. as respostas foram como se segue:
- ande com ela, também não pesa...
- pode deixar ali no post de proibido estacionar, que eu fecho os olhos, mas não garanto que os meus colegas fechem...
- pois, é complicado (encolheu os ombros)
- olhe, vá ali à esquadra e peça para deixar à porta.
segui a última sugestão e deixei a dita bicicleta frente à esquadra, amarrada a um post de sinalização vertical. credo... é dramática esta nossa capital:(

André disse...

Que belo blog.

Fui recentemente à Bélgica (à Bélgica...nada de Copenhagas e Amsterdão) mas mesmo assim fiquei fascinado com a cultura de bicicletas que lá existe, principalmente em Antuérpia.

Isso fez-me pesquisar mais sobre bicletas e vou comprar uma nova (a minha tá velhota) para me deslocar na minha cidade (Barcelos)
Não vai ser fácil...mas yeah...não importa. Gostava de comprar uma daquelas tipicas da Holanda ou da "capital da bicletas" (Copenhaga) mas estamos em Portugal...há algumas subidas e descidas por cá por isso uma de montanha deve-se adaptar melhor às nossas cidades.

Muito obrigado por estas dicas que me vão ser muito úteis.

Reparei que estão muitas ciclovias a ser construidas em Lisboa. Depois podias tirar umas fotos para o pessoal ver? E às pessoas que por lá andam...cycle chic :P

Cumprimentos :)

Pedro Palhoto disse...

Complementando o que o @André já disse sobre bicicletas de montanha.

Nas ruas e estradas portuguesas, uma bicicleta de montanha para além de se adaptar melhor às subidas e descidas, é ideal para resistir às condições adversas dos pavimentos: buracos, rodeiras, carris de eléctricos e rodovia em calçado.

Para deixar um exemplo, experimentem o Rossio seguido do lado direito da faixa do Bus da Rua do Ouro em Lisboa.

Pedro Palhoto disse...

Relativo a segurança, a minha bike de montanha de base foi comprada no hipermercado Continente e foram tirados os autocolantes. A bicicleta tem um aspecto "rasco".

À medida que os componentes de qualidade inferior foram se gastando e partindo, fui substituindo. Sempre que tenho que por um componente novo que tem a marca à vista (Shimano, Pro, etc.), uso fita cola preta para tapar e dar um ar de ainda mais remendado à bike.

Apesar de elevar o centro de massa, recomendo uma bicileta com um quadro com bastante espaço no triângulo central do quadro. Ou seja, ter uma barra central praticamente na horizontal. Dá para arrumar bem dois cadeados, guardando o espaço da bagageira para... uh.. bagagem. Passo a explicar com mais detalhe.

Os dois cadeados que uso têm tipos de chave diferente (ladrões de bicicleta na Holanda tipicamente especializam-se em apenas um tipo de cadeado). Um dos cadeados que tenho é de enrolar, e com a ajuda de uma peça na barra central horizontal do quadro, segura de cima esse primeiro cadeado no espaço livre do triângulo. O segundo cadeado envolve o primeiro cadeado e partes do quadro (para o primeiro cadeado não se desenrolar).

James disse...

Bom dia a todos, hj de manhã vim para o trabalho, e no local onde trabalho o melhor sítio k tinha para deixar a bike é em frente à policia que fica mais ou menos dentro de um parke em lisboa. Qual o meu espanto quando o policia vem até mim a dizer que n podia amarrar a bicicleta ao poste porque o chefe dele n queria bicicletas ali amarradas ao poste. Portanto a bike estava num poste candeeiro que está em cima da relva, o maximo que pode perturbar é um cão que queira fazer as suas necessidades no poste.

Alguem me consegue dizer se é ou não permitido?

Obrigado

António Correia disse...

Ao criador do Blog, os meus cumprimentos pelo assunto: utilização da bicicleta. Quanto a mim, andei a "namorar" uma bicicleta tipo trecking, (acho que é assim que lhe chamam) que é uma pasteleira evoluída. Chegou esta 3.ª feira, de inglaterra, comprei uma Viking Trapani, preta, bonita, brilhante, elegante, aqui fica o link http://www.all-about-the-bike.co.uk/viking-trapani-trekking-bike-2011---fully-assembled--free-delivery-2541-p.asp
e estou encantado. É verdade que não podia gastar muito, mas como penso fazer dela o meu transporte diário na cidade de Braga, achei que devia investir em algo que aguente mais que um par de meses. Encostei o carro, até porque a distãncia ao emprego é pouco (+ 15' a pé) mas agora para além disso vou desfrutar e passear. Esqueci de dizer que a bicicleta que tinha foi furtada da minha garagem há 2 anos e só agora pude comprar esta. Menos um carro em Braga :)
Se me for possível a publicidade, adquiri a bicicleta por intermédio de um jovem empresário, que faz ddos andares superiores ao negócio dos pais, um armazém de biciletas que manda vir, inclusivé tem um serviço de aluguer: a empresa chama-se Go by Bike e é uma iniciativa recente que decidi apoiar comprando-lhe a bicicleta que pude escolher.
E pronto, espero poder voltar à companhia de quantos fazem deste meio de tranporte o seu transporte preferido.
Boas pedaladas.
António Alberto